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Observatório dos Territórios da Pobreza

O observatório propõe uma análise dos territórios da pobreza em Maceió, fundamentado em um estudo temporal do cotidiano de moradores de assentamentos precários, tratando de observar e de antecipar mudanças e tendências relacionadas com a qualidade espacial e social do território em que vivem. Entende-se aqui assentamentos precários como favelas, cortiços, vilas, loteamentos irregulares/clandestinos, ocupações e conjuntos habitacionais degradados, abrigando população de baixa renda.

 

O estudo temporal mencionado tem a sua metodologia baseada em confrontar as mesmas pessoas que foram entrevistadas na pesquisa original (trabalho de campo de tese de doutorado em 2003) para verificar sua trajetória nos assentamentos precários em que habitavam, transcorridos 15 anos, e assim analisar a pobreza urbana materializada em assentamentos precários, observando a forma como as políticas públicas, em uma escala macro, afetam o cotidiano no micro espaço da família ou comunidade.

 

O objetivo subjacente é desenvolver uma metodologia que possa ser aplicada em outras localidades e fornecer as bases para estudos posteriores que, em uma perspectiva de continuidade, acompanhe as políticas públicas e seu impacto na vida dos moradores dos assentamentos precários.

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Cidade Sorriso

Conjunto habitacional inaugurado pelo poder público municipal em 2009 para atender parte da população realocada do antiga favela Cidade de Lona, que se localizava em um terreno da COHAB, na Cidade Universitária, distante cerca de 25 km do centro de Maceió. 

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Denisson Menezes

Conjunto construído fruto de um contrato entre a prefeitura e o Programa Habitar Brasil, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para abrigar a população de uma ocupação de 1996, próxima ao Hospital Universitário, finalizado em 2005. 

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Vila Emater II

Ocupação iniciada em 1970, ligada à possibilidade de alimentação e geração de renda proveniente da catação do lixo.  O assentamento está situado em uma área de especulação imobiliária, o que ameaça a presença dos moradores, desde que as atividades do Lixão foram encerradas em 2010.

Para desconstruir preconceitos e mostrar como a luta por um espaço na cidade toma forma, são utlizadas histórias de vida, posto que as formas tradicionais de trabalhar a questão urbana parecem pouco adaptadas à realidade dos assentamentos precários. A pesquisa inicial (tese) levantou 75 histórias de vida de moradores de três assentamentos precários e 21 histórias de vida e entrevistas com planejadores, ONGs e líderes de movimentos sociais da cidade de Maceió para entender como ocorria a integração social e espacial dos pobres urbanos. Na segunda fase, novas histórias de vida foram coletadas com os moradores dos três assentamentos de estudo, decorridos 15 anos.

Os que moram ali no conjunto, tem casa para morar, tem empregos, e aqui na favela, a gente vive de catação de lixo, quando tem serviço de limpeza, a gente limpa aí no Eustáquio, mas quando tem emprego, eles não chamam porque pensam que a gente aqui da favela é ladrão, aí não tem como trabalhar. “É cada um por si [...] Muita ‘maloqueiragem’, muito ladrão, e essa água que não está chegando mais, chega um dia outro não.

Entrevista 22, Cidade de Lona, 2004

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